domingo, 26 de dezembro de 2021

Feliz Natal?

Não, eu não gosto do natal. Primeiramente porque uma das pessoas que eu mais amei na vida fazia aniversário na véspera de natal e ela se foi sem se despedir.
Mas tem muito mais coisa envolvida. O Natal é uma data totalmente comercial disfarçada de data sentimental, nele pessoas más se sentem heroínas por sairem de casa e dar uma cesta básica para pessoas no meio da rua, enquanto no resto do ano elas desprezam totalmente esses seres humanos, no natal eles usam esse pessoal para tirar fotos humilhantes como prova de sua bondade e benevolência. 
As famílias no natal se reúnem cheias de um falso amor que normalmente não existe no resto do ano. Vestidos em trajes que fazem se sentir especiais falam meia dúzia de palavras falsas para quem sequer tentam entender no restante do ano. Fazem comidas sultuosas feitas para impressionar, e o resto de banquetes caríssimos é dispensado no lixo. Animais que morreram para alguém tirar um pedacinho e se culpar em postagens cheias de gordofobia no dia seguinte.
 As casas ficam enfeitadas de tudo que logo vai virar lixo e microplástico no meio da natureza.
O governo disfarça em enfeites duvidosos seus escândalos e desvios. Aumenta o preço de tudo e o estímulo pra distração e gastos exorbitantes é impressionar com presentes.
Após a comilança, a gastança, a vaidade, e a roubalheira, sobra um vazio no bolso no coração e na alma. Então não, eu não gosto do Natal.

sábado, 12 de junho de 2021

O peso e o poder

As palavras são, sem dúvidas, a habilidade humana mais  impressionante nos dada pela evolução. Elas nos conectam como sociedade e e como espécie, estudamos as línguas e linguagens, e somadas a elas as expressões, entonação, maneirismos e tipos linguísticos; assim como suas variações e diversidade em todo o globo.
A habilidade de falar é mágica, ela cria e destrói, derivando de uma conversa podemos amar, odiar e todo o espectro que os meandra. 
Palavras mágicas são o maior dos dons dados aos seres místicos. Sejam eles bruxas, oráculos, fadas... As palavras são tão poderosas que podem mudar o rumo do mundo. Podem fazer de alguém poderoso. E dizem que a física quântica está também relacionada à expressão e o que você diz para o próprio universo.
O universo, portanto, nos ouve, nos nota. E é através de palavras ditas que ele nos retribui.
Palavras de amor, de afago, de carinho, ou afeto podem também ser importantíssimas. A convivência silenciosa é uma convivência perigosa, principalmente porque quando as palavra não são ditas na convivência, abrem caminho para uma construção de narrativa de um terceiro sobre sua percepção, baseada apensa no externo superficial. E um relacionamento sem diálogo provavelmente estará fadado a um fim imaturo e inconscientemente tolo.
Falar mal também acarreta uma série de desdobramentos, seja mal de si ou dos outros. A tal reputação, segundo Harari, é uma contação de histórias, e a má reputação pode vir apenas de palavras. A tal fofoca, meia conversa ou mesmo história mal contada está diretamente relacionada à má reputação.
Mas comecei a escrever esse texto pensando em uma palavra específica, um substantivo que por vezes toma lugar de adjetivo, e até verbo, uma palavra que pode ser vista nos textos mais belos e notórios da história das civilizações humanas. "Amor" que mesmo pequena é uma palavra que não deve ser de forma alguma banalizada, e acredite, a banalização dessa palavra vem a tornando mais fraca. Mas quando dada a devida importância ela pode mudar comportamentos e local de fala. Ela é tão forte que se dita em um contexto inapropriado destrói, e num contexto apropriado aproxima.
Contudo, cada palavra, na verdade, tem o peso e o valor que damos. Essa aí eu uso como pilha, para me energizar. E se eu a proferi, pode ter certeza, sei o peso que ela tem, e sinta-se importante caso ela esteja em posição de vocativo, em qualquer dos meus períodos, e saiba valorizar.

quinta-feira, 10 de junho de 2021

Entropia...

Tenho tentado me reinventar, escrever a melhor versão de mim, mas está parecendo aquelas redações que você empaca na introdução. Sei que quando a inspiração vier, tudo vai deslanchar, a vida vai girar rápida e sem problema, gerando as faíscas entrópicas. Será que preciso de quê para essa empreitada?! Já dizia o poeta "viver é melhor que sonhar, e eu sei que o amor é uma coisa boa" talvez a faísca inicial esteja chegando, melhor eu me preparar para a nova aventura.

terça-feira, 8 de junho de 2021

Cercado de pedestais

 Muitas vezes nós simplesmente deixamos de nos sentir importantes, talvez porque alguém nos convenceu da nossa falta de ser, talvez porque a gente se sentiu tão distante do senso comum estético que acabou se conformando a olhar os pedestais que nós mesmos colocamos ao nosso redor. Mas de repente chega alguém, e você sente como tudo isso tá errado. Não que esse alguém olhe o inexistente, mas porque nos olha como realmente somos, sem os óculos do preconceito que nos cerca, banha e veste. Esse alguém tem a habilidade de nos despir dessa armadura, e daí, de repente, nós nos vemos como deveríamos nos ver. Isso torna essa pessoa especial de diversas formas. E muitas vezes não sabemos ainda nem sequer onde colocar esse ser especial. Eu guardo no coração.

terça-feira, 1 de junho de 2021

Embasar.

A casa tá surgindo, e é bem legal ver como as coisas vão se transformando e formando a casa. Nas duas últimas semanas estamos construindo a base. É impressionante, porque é uma parte que fica escondida, mas é muito importante que fique muito sólida, já que sustenta todo o resto. Falar pra alguém que a pessoa é a base, ou que algo é a base tomou outro sentido pra mim.

quinta-feira, 27 de maio de 2021

De cabeça pra baixo...

O mundo mudou, a vida mudou, as pessoas já não suportavam a comunicação fática usual. Finalmente máscaras mordásticas deram imagem ao silêncio frio da sociedade. A vida da margem foi submersa, e as velhas margens, com certeza, estão lá, à beira do colapso, fugindo do afogamento que parece iminente. Mercúrio está entrando em mais um ciclo retrógrado, e nos últimos 650 dias ele parece estar lá, criando uma mudança louca, descascando o mundo das pessoas como se fosse uma faca a descascar uma laranja. Eu perdi tudo, e ganhei tudo, incluindo novos óculos sociais, emocionais e um rótulo novo. Não sei mais se chorar traria tudo de volta, mas vou evitar, já não quero aquela vida, nem aquela correria, nem dever pra ter que trabalhar e pagar por algo ou pelo ser que eu parecia ser. Novas perspectivas aparecem quando se olha de um novo ângulo, e o meu mundo de ponta cabeça me deu novos horizontes vontades, e motivos para continuar assim. É como se tudo tivesse capotado. Estou aqui, após o estado de choque reparando preso pelo cinto de segurança um sol que nasce na posição de se por. Bom dia, ou noite, ou seja lá o que vem por aí. Ninguém sabe o que vem lá, nos basta esperar e descobrir...

terça-feira, 4 de maio de 2021

Despido.

Me escrevi por vezes cheio de erros de linguagem, ortografia, e até mesmo de concordância. Mas quem se importa com a concordância do que escreve quando se está em discordância?! A discordância na escrita combinou com a da vida, a grafia da vida errou com a linha reta, e as classes gramaticais, ou seriam classes sociais?! Enfim, na ância de me despir, nunca liguei muito para como escrevi, mas com que intensidade despencava cada palavra do meu corpo, como uma roupa amassada no calor do momento, que pode até ser esquecida;mas que quando relida, revista, reencontrada vai lembrar o calor do momento do desnude.